A revolução republicana de 5 de Outubro de 1910, apoiada pela Maçonaria e Carbonária, teve o seu início na madrugada do dia 4 de Outubro, em Lisboa. É marcada por uma insubordinação, que se iniciou num quartel de Lisboa e que depois se alastrou por vários locais da capital como Alcântara, a Rotunda e o Rossio. Terminou na manhã de 5 de Outubro com a proclamação vitoriosa da implantação da República, anunciada por José Relvas da varanda da Câmara Municipal de Lisboa.
Apesar de, geograficamente, a revolução se ter circunscrito apenas a Lisboa, o resto do País aderiu à República. Como afirmava um jornalista da época, “o resto do País soube da implantação da República por telegrama”, todavia, aceitaram-na e, em muitas povoações, regozijaram-se com o acontecimento, não se registando manifestações contrárias, nem militares nem civis.
Foi o caso de Resende. No nosso concelho, onde a “notícia da mudança das instituições” foi recebida com “grande enthusiamo”, a República foi proclamada no dia 11 de Outubro de 1910, pelo Presidente da Comissão Municipal Republicana do concelho, João Canavarro Crispiniano da Fonseca, nos paços do concelho (actual quartel da G.N.R.), que, perante “enorme concorrencia do público”, leu a seguinte proclamação enviada da capital:
“Concidadãos! Está finalmente libertada a glorioza Pátria Portugueza! Depois de um longuíssimo período de verdadeira escravidão e violenta opressão, raiou enfim a aurora luminosa da liberdade!”
Finda a sessão, “coberta por inumeras assignaturas de pessoas de todas as categorias sociaes”, foi içada a bandeira Republicana na fachada dos paços do concelho, “tocando então uma phylarmonica a «Portugueza», ao mesmo tempo que subiam ao ar duzias de foguetes e se ouviam freneticos vivas de acclamação”.
Transcrevemos os relatos publicados, em 12 de Outubro de 1910, pelo correspondente no concelho de Resende do Comércio do Porto, que constituem um importante documento histórico para o conhecimento integral da implantação da República no nosso concelho:
Rezende, 10 – Com grande enthusiasmo se recebeu aqui a notícia da mudança das instituições, sendo enorme a anciedade nos primeiros dias.
Ante-hontem tomou posse da administração d’este concelho o nosso amigo snr. dr. João Canavarro Crispiniano da Fonseca, chefe republicano local e distincto advogado, tendo o acto enorme concorrencia de amigos e correligionarios.
Amanhã será proclamada a republica nos paços do concelho e investida na posse a commissão republicana.
Preparam-se grandes festejos.
Rezende, 11 – Acaba de tomar posse a comissão municipal republicana d’este concelho, ficando presidente o dr. João Canavarro e vogaes effectivos: Aquilino Borges Carneiro, dr. Joaquim Antonio Vaz Pereira, dr. Adriano Anthero Cardoso Vieira, dr. José Joaquim Loureiro Dias, dr Manoel Joaquim Esteves e dr. Antonio Aurelio Pereira Monteiro de Araujo; substitutos: Antonio Loureiro da Fonseca, Jeronymo Pinto Moreira, Joaquim de Vasconcellos, Antonio Alexandre Gonçalves, Raphael Pinto da Fonseca, Antonio Teixeira do Amaral Cirne e Alberto Pinto Osorio.
Com enorme concorrencia do público, declarada aberta a sessão pelo presidente com a annuencia da anterior vereação, foi proclamada a republica, lendo o presidente a proclamação.
Em seguida, n’uma brilhante oração, fez a apologia do novo regime, sendo muito applaudido.
Fallaram depois Máximo Rangel e dr. Vaz Pereira, terminando por enthusiasticos vivas á republica e á patria portugueza.
A proclamação foi coberta por inumeras assignaturas de pessoas de todas as categorias sociaes.
Levantada a sessão em signal de regozijo, foi içada a bandeira republicana pelo sargento José Pinto Ferro, de artilheria 4, tocando então uma phylarmonica a «Portugueza», ao mesmo tempo que subiam ao ar duzias de foguetes e se ouviam freneticos vivas de acclamação. Enthusiasmo delirante.
Apesar de, geograficamente, a revolução se ter circunscrito apenas a Lisboa, o resto do País aderiu à República. Como afirmava um jornalista da época, “o resto do País soube da implantação da República por telegrama”, todavia, aceitaram-na e, em muitas povoações, regozijaram-se com o acontecimento, não se registando manifestações contrárias, nem militares nem civis.
Foi o caso de Resende. No nosso concelho, onde a “notícia da mudança das instituições” foi recebida com “grande enthusiamo”, a República foi proclamada no dia 11 de Outubro de 1910, pelo Presidente da Comissão Municipal Republicana do concelho, João Canavarro Crispiniano da Fonseca, nos paços do concelho (actual quartel da G.N.R.), que, perante “enorme concorrencia do público”, leu a seguinte proclamação enviada da capital:
“Concidadãos! Está finalmente libertada a glorioza Pátria Portugueza! Depois de um longuíssimo período de verdadeira escravidão e violenta opressão, raiou enfim a aurora luminosa da liberdade!”
Finda a sessão, “coberta por inumeras assignaturas de pessoas de todas as categorias sociaes”, foi içada a bandeira Republicana na fachada dos paços do concelho, “tocando então uma phylarmonica a «Portugueza», ao mesmo tempo que subiam ao ar duzias de foguetes e se ouviam freneticos vivas de acclamação”.
Transcrevemos os relatos publicados, em 12 de Outubro de 1910, pelo correspondente no concelho de Resende do Comércio do Porto, que constituem um importante documento histórico para o conhecimento integral da implantação da República no nosso concelho:
Rezende, 10 – Com grande enthusiasmo se recebeu aqui a notícia da mudança das instituições, sendo enorme a anciedade nos primeiros dias.
Ante-hontem tomou posse da administração d’este concelho o nosso amigo snr. dr. João Canavarro Crispiniano da Fonseca, chefe republicano local e distincto advogado, tendo o acto enorme concorrencia de amigos e correligionarios.
Amanhã será proclamada a republica nos paços do concelho e investida na posse a commissão republicana.
Preparam-se grandes festejos.
Rezende, 11 – Acaba de tomar posse a comissão municipal republicana d’este concelho, ficando presidente o dr. João Canavarro e vogaes effectivos: Aquilino Borges Carneiro, dr. Joaquim Antonio Vaz Pereira, dr. Adriano Anthero Cardoso Vieira, dr. José Joaquim Loureiro Dias, dr Manoel Joaquim Esteves e dr. Antonio Aurelio Pereira Monteiro de Araujo; substitutos: Antonio Loureiro da Fonseca, Jeronymo Pinto Moreira, Joaquim de Vasconcellos, Antonio Alexandre Gonçalves, Raphael Pinto da Fonseca, Antonio Teixeira do Amaral Cirne e Alberto Pinto Osorio.
Com enorme concorrencia do público, declarada aberta a sessão pelo presidente com a annuencia da anterior vereação, foi proclamada a republica, lendo o presidente a proclamação.
Em seguida, n’uma brilhante oração, fez a apologia do novo regime, sendo muito applaudido.
Fallaram depois Máximo Rangel e dr. Vaz Pereira, terminando por enthusiasticos vivas á republica e á patria portugueza.
A proclamação foi coberta por inumeras assignaturas de pessoas de todas as categorias sociaes.
Levantada a sessão em signal de regozijo, foi içada a bandeira republicana pelo sargento José Pinto Ferro, de artilheria 4, tocando então uma phylarmonica a «Portugueza», ao mesmo tempo que subiam ao ar duzias de foguetes e se ouviam freneticos vivas de acclamação. Enthusiasmo delirante.
* Texto de Paulo Sequeira, publicado no Jornal de Resende, número de Outubro de 2010
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