Quem é o Presidente da Junta de Ovadas
Isidro Pereira nasceu a 3 de outubro de 1945 na Panchorrinha, sendo filho de Manuel Pereira e de Lauriana Pereira, tendo a mãe falecido quando tinha dezoito meses. Tem uma irmã, que vive em Rossas, e quatro meios-irmãos (dois rapazes e duas raparigas) do segundo casamento do pai. Foi criado com uma tia e madrinha, irmã do avô paterno, que residia em Mareares, a quem sempre chamou mãe, e que faleceu em 1976.
Frequentou a escola da Granja, onde terminou a 4.ª classe. Em 2009, no âmbito do programa “Novas Oportunidades”, obteve o diploma do 9.º ano.
Finda a escola primária, a madrinha muito insistiu para que fosse estudar para o seminário de Resende, mas, face às restrições de liberdade e à disciplina própria de um ambiente de internato e à imposição de não poder vir a casar, recusou esta possibilidade. Assim tornou-se o braço direito da sua madrinha, analfabeta, mas senhora de posses em campos e gado, na gestão das lides agrícolas. Este período foi uma espécie de tirocínio para a vida de negociante, que abraçaria alguns anos após a tropa e que se prolongou até à reforma, sempre com sucesso.
Após o casamento, que aconteceu aos dezassete anos, foi viver para casa dos avós, na Panchorrinha, de onde a mulher, sua prima direita, também era natural. Entretanto, em 1966, foi para a tropa; primeiro para a Guarda, onde fez a recruta, e depois para Évora, onde tirou a especialidade de atirador. Em janeiro de 1967 foi mobilizado para o norte de Angola (Tamboco, Santo António do Zaire e Ambrizete), tendo regressado em junho de 1969.
Já em Ovadas, ainda se dedicou, durante uns tempos, à orientação do cultivo de uns terrenos, pertencentes aos sogros, e outros adquiridos a um cunhado, então tenente em Angola, que eram amanhados por um caseiro. Nos inícios dos anos oitenta, fez, durante seis meses, uma experiência como emigrante na Alemanha (Hamburgo), onde se encontrava um seu irmão. Após o regresso, começou a negociar em cereais e depois em madeiras (de castanho e cerejeira), cuja atividade durou cerca de vinte anos. A seguir e até à reforma (que aconteceu há cerca de dois anos), dedicou-se ao negócio de compra e venda de antiguidades, cujo bichinho foi passado por um tal Dr. Miranda, natural de Baião, que possuía uma loja em Lisboa dedicada a este tipo de artigos.
Durante este período, alheou-se do cultivo de terrenos de que é proprietário (cerca de 20 hectares, sendo 12 de regadio e 8 de sequeiro), não retirando deles qualquer rendimento, excetuando produtos para consumo caseiro. Atualmente servem de pasto para um rebanho de que um seu compadre é dono.
Entre outras iniciativas de caráter cívico em prol da comunidade, esteve na génese da criação da Comissão de Melhoramentos de Ovadas e da Associação Desportiva e Recreativa Rodense, integrando atualmente os seus órgãos sociais.
Relativamente à vida política, integrou em 1975 a comissão administrativa da Junta de Freguesia de Ovadas. Desde as primeiras eleições autárquicas, em 1976, à exceção de um mandato, integrou sempre a Assembleia de Freguesia. É Presidente da Junta desde 1997, tendo sido eleito em listas do PSD nos três primeiros mandatos e como independente em lista do PS no atual mandato. Vive na Panchorrinha. Não tem filhos.
O que tem feito e pretende fazer na Junta de Ovadas
De entre outras obras e iniciativas, destacamos as seguintes, várias das quais tiveram a colaboração da Câmara Municipal: 1. Ligação da estrada de Rossas a Vila Pouca; 2. Estrada do Penedo; 3. Arruamentos (alargamento, calcetamento em pedra e muros) em Ovadas de Cima; 4. Estrada dos Atoleiros, em Rossas; 5. Abertura da estrada de Ovadas de Cima a S. Pedro; 6. Estrada da Senhora da Penha; 7. Calcetamento do caminho na Tulha, em Ovadas de Baixo; 8. Calcetamento e alargamento da estrada do Pinheiro, em Ovadas de Baixo; 9. Ligação à luz elétrica no cemitério de Ovadas de Baixo, calcetamento à volta do mesmo e colocação de água, que foi oferecida por particulares; 10. Aquisição do respetivo terreno com ampliação do cemitério de Vila Pouca, cujas obras estão em curso; 11. Aquisição do terreno onde decorre a feira do Rodo, que tem lugar no primeiro domingo de maio, cuja iniciativa de criação se lhe fica a dever; e 12. Requalificação do edifício da Junta, com revestimento a pedra, restauro do telhado, construção de garagem e pavimentação exterior.
É de referir que, por iniciativa da Comissão de Melhoramentos de Ovadas, já mencionada, foi disponibilizada água a quem a quis adquirir em Rossas, Granja e Ovadas de Cima. Também foi disponibilizada à Panchorrinha na expectativa de que a Câmara Municipal a adquirisse, o que não aconteceu. Por isso, aqui as pessoas têm água, não havendo qualquer contrapartida para a Comissão de Melhoramentos. Nestas localidades, as populações dispõem de fontanário, tanque e lavadouro.
Até final do mandato irá colocar a sinalética dos nomes das ruas da freguesia com placas em granito.
RESPOSTAS BREVES
1. Onde passou as últimas férias?
Em Nazaré.
2. Compra preferencialmente português?
Sim, tenho essa preocupação.
3. Quais os seus passatempos?
Antes de estar reformado não tinha muito tempo livre. Agora já posso passear à vontade, ver os programas da televisão de que mais gosto ou pesquisar na Net.
4. Qual o momento mais feliz da vida?
A minha vida tem corrido bem, mas de entre todos os momentos felizes assinalo o casamento.
5. E o mais triste?
A morte da minha madrinha, que chamava mãe.
6. Que faz para ultrapassar as “neuras”?
Os ares destas bandas não permitem ter neuras.
7. Qual o seu prato preferido?
Cozido à portuguesa.
8. Qual a obra mais necessária para o futuro do concelho de Resende que falta fazer?
É levar água potável a todas as povoações de Ovadas, diria mesmo, do concelho.
9. O que mais admira nos outros?
O sentido da solidariedade e da amizade.
10. O que mais detesta nos outros?
A mesquinhez e o dizer mal de tudo.
11. Qual é a festa que lhe dá mais gozo comemorar?
Nossa Senhora dos Remédios, da Granja, de que sou mordomo.
12. Quais os locais do concelho para onde costuma ir passear?
Gosto muito da serra de Montemuro.
13. Tem algum objeto que guarda com particular predileção?
Um Cristo em marfim, cujo valor afetivo e artístico para mim não tem preço.
14. De que mais se orgulha?
Do meu percurso pessoal e da obra feita como Presidente da Junta.
15. Quais as três obras mais importantes para o concelho feitas após o 25 de Abril?
A ponte da Ermida, a oferta das novas valências e serviços da Santa Casa da Misericórdia e o Centro de Saúde.
16. Acredita que a construção da estrada Resende/Bigorne irá arrancar brevemente?
Como não se fez em tempos de vacas gordas, teremos de esperar agora muitos anos.
17. O que é que acha que o Eng. António Borges irá fazer após a saída da Câmara Municipal?
Tenho a convicção que irá integrar um futuro governo.
18. Associa a palavra Resende a...?
Cerejas e cavacas.
19. Chegou a levar reguadas na escola?
Apanhei algumas, mas não guardo rancor.
20. Já foi multado por infração ao código da estrada?
Uma vez, por estacionamento.
21. Já alguma vez deu uma prenda que lhe tinha sido previamente oferecida?
Não.
22. Concorda que o Estado limpe as matas de quem não o fizer e mande a conta?
Concordo, embora não veja o Estado a dar o exemplo.
23. Que áreas deverão ser privilegiadas para criar emprego em Resende?
Penso que há atividades ligadas à agricultura que podem ser exploradas com sucesso no nosso concelho.
24. Refira dois nomes que mais contribuíram para o desenvolvimento de Resende?
Eng. António Borges e Dr. Brito de Matos.
25. É favorável à redução de autarquias, designadamente de freguesias?
Sim, devido à diminuição das populações.
26. Tem argumentos para fixar os mais novos na freguesia de Ovadas?
Sim. Como lhe disse, olho a agricultura e os negócios ligados aos campos com esperança. Há projetos que os jovens podem agarrar nesta área.
27. De que mais gostou deste “novo” Gentleman?
Da qualidade do serviço e do design.
*Apontamento de autoria de Marinho Borges, publicado no Jornal de Resende, n.º de Fevereiro de 2013