Nos passados dias 02 e 03 de Dezembro, à tardinha, os missionários da Boa Nova, PP. Francisco Leitão e Tomás Borges, estiveram nos Seminários de Lamego e de Resende para um contacto missionário, constando de um tempo de comunicação aos jovens seminaristas e de uma projecção de testemunhos vindos dos nossos campos de trabalho em Moçambique e de um outro tempo forte vivido na Eucaristia.
Fomos extremamente bem acolhidos, quer no Seminário Maior, pelo aluno de Teologia Soares e, de imediato, pelo Vice – Reitor, P. José Fernando (o Reitor, P. Paulo Alves, a quem tinha dirigido a solicitação, estava ausente), quer no Seminário de Resende, pelo Vice – Reitor, P. António José e pelo P. José Manuel.
Dia 02, encontrámos no Seminário de Lamego 12 alunos de Teologia, que nos pareceram jovens determinados a seguir a vocação sacerdotal e missionária – já que todo o sacerdote é missionário – vindo a saber que havia mais cinco Diáconos a estagiar em várias paróquias da Diocese e também um, o Diácono André, no Seminário de Resende, onde está a realizar um belo trabalho na formação dos mais pequenos. Dei graças a Deus e congratulo – me com os seus formadores pelo elevado número de seminaristas maiores numa Diocese geograficamente pequena. A explicação que encontro é que a nossa Diocese é das mais antigas do país com uma forte tradição cristã (basta lembrar a igreja de S. Pedro de Balsemão, do século VI, uma das mais antigas, se não a mais antiga igreja de toda a Peninsula Ibérica); tem sido assistida por padres piedosos e dedicados; rezava – se muito e, porventura, ainda se reza bastante; o secularismo não tem penetrado; e, finalmente, os dois Seminários têm sido orientados por equipas idóneas e bem preparadas. Os seminaristas mostraram – se abertos e colaborantes, embora o tempo fosse escasso, e alguns deles tivessem de apresentar provas académicas no dia seguinte.
Dia 03, no Seminário de Resende, fomos encontrar 39 adolescentes e jovens do 7º ao 12º ano, com a alegria e vivacidade próprias destas idades. Remeti – me imediatamente para os meus tenros anos de seminarista, em que enchíamos a capela, o salão de estudo e o refeitório. O esquema que usámos em Lamego, adequámo – lo a esta situação um pouco diferente. Aqui, a mensagem teria que se revestir de uma tónica mais alegre e comunicativa. Até fomos capazes de tocar e cantar melodias moçambicanas, levando – os a serem activos connosco; e o mais curioso é que até dançámos ao jeito africano. Foi mesmo festa. E a festa continuou, a um outro nível, na Eucaristia que se lhe seguiu. Foi belo ouvir todos aqueles jovens cantarem os louvores de Deus acompanhados por um excelente organista. Tentámos semear neles a sensibilidade e o entusiasmo missionários que, como cristãos e futuros padres, devem viver e testemunhar. Que o Senhor da messe os abençoe e ajude.
Como missionário pertencente à Diocese de Lamego, partilhei em ambos os seminários as excelentes relações que sempre houve entre os missionários da Boa Nova (em tempos idos, missionários de Cucujães) e a nossa Diocese, na área da espiritualidade. Recordo perfeitamente de ter ido, como seminarista, ao Seminário de Resende, visitar dois superiores meus que, em anos diferentes, se encontravam a orientar um retiro espiritual. Mas havia reciprocidade. Lembro – me de ter participado num retiro, no nosso seminário de Cucujães, pregado por D. Alberto Cosme do Amaral, ao tempo Director Espiritual. Há pouquíssimos anos, o P. Jerónimo Nunes, então Superior Geral da Sociedade, orientou um retiro aos seminaristas de Lamego. Estou convencido, embora não possa afirmar, que o nosso santo Director Espiritual do Seminário de Cucujães, P. Manuel Moreira Campos, cuja biografia descrevi num pequeno livro com o titulo “Um Homem de Deus” e que recomendo neste Ano Sacerdotal, deve também ter ido a Lamego ou Resende orientar algum retiro.
Mormente nos últimos anos, tenho assistido com muita satisfação a uma grande abertura e vivência missionárias por parte da nossa Diocese. Além do P. José Guedes, nosso missionário actualmente na Zâmbia, saído do Seminário de Lamego directamente para a Sociedade Missionária, recordo as experiências missionárias efectuadas com os nossos missionários pelo P. Luciano em Angola e Moçambique, e pelo Padre José António Rodrigues, meu vizinho na paróquia de S. Pedro de Paus e pároco de Penedono, o ano passado, 2008, na periferia de Maputo, capital moçambicana. Sei que o P. José Fernando, Vice – Reitor de Lamego, passou também um mês em Moçambique. O Director Espiritual de Resende e Secretário diocesano das Missões, Cón. Manuel Leal, desejava, enquanto seminarista, seguir a vida missionária, mas depois deparou – se com algumas dificuldades para poder avançar. O Vice – Reitor de Resende, P. António José, contou – me que ele e outros seminaristas participavam com o saudoso P. Manuel Vieira Pinto, meu antigo pároco em Paus, nas Jornadas Missionárias em Fátima. Obviamente, este clima missionário não poderia acontecer sem a anuência e o impulso dados pelos nossos Bispos, nomeadamente, D. Jacinto Botelho.
Dou graças a Deus pela Diocese a que pertenço e peço ao Senhor da messe que continue a reavivar a sensibilidade missionária e a chamar os que Ele quer.
*P. Tomás Borges, SMBN
*P. Tomás Borges, SMBN
Sem comentários:
Enviar um comentário